O livro traz 30 poemas, dividido em três partes: estações, espelhos e primeiro amor. Em estações, o foco está presente no ambiente,versos imagéticos que destrincham as camadas mais tênues e profundas da realidade, um eu lírico que por caminhos árduos descreve todas as suas percepções sobre aquilo que vive. Em espelhos, o foco está no âmago conturbado, que por ter encarado cruamente as questões externas encontra-se perdido e angustiado em relação a que fazer diante desse mundo. Tudo é incerto e confuso diante dos seus olhos, sua arte, sua vida e seus sentimentos, o único caminho plausível a ser seguido é o das incertezas, das inúmeras possibilidades, que jamais alguém seria capaz de retirar dele. Portanto, a construção desse ambiente é o que esfacela esse ser introspectivo, e é a partir das reflexões mais profundas que vão se formando trajetos tão infinitos e incertos que acabam tornando-se acolhedores. Em primeiro amor, é encontrada uma pequena resposta, um carinho, esse afeto compartilhado que é capaz de criar sensações inimagináveis. Porém, no último poema ‘Diálogo numa pequena luz retangular’, os dois mundos - do amor e do incerto - se encontram, e a vida se mostra como um fluxo contínuo e sem respostas.