Por que sentimos sono? Quantidade ou qualidade do sono? O que são ritmos biológicos? Qual a origem desses ritmos? Os cronobiólogos – que estudam a organização temporal dos seres vivos – têm demonstrado que a hora de dormir e a hora de acordar vêm dedentro de nossos organismos. Os autores explicam como esses “relógios” internos se ajustam ao dia/noite do ambiente, mostram também que, além de diferenças em nossa constituição física, somos também diferentes em nossa constituição temporal. Mostramainda quais podem ser os efeitos do “descompasso” com esse nosso ritmo interno. Nesse contexto, qual seria a relação desse ritmo interno – “tempo biológico” e a escola – a aprendizagem? Na criança e no adolescente a sonolência manifesta-se na dificuldade em levantar no horário para a escola e no sono durante as aulas. Como lidar com isso? A pergunta é dirigida aos pais, aos professores e à própria escola. Sabe-se que a privação de sono provoca mudanças na atenção e no desempenho. Assim, com base nas conseqüências das alterações do “ritmo interno” de cada um de nós versus a aprendizagem, os autores propõem uma maior “flexibilização dos horários escolares, desde aqueles mais evidentes, ligados ao processo de aprendizagem e memória, até os mais sutis como o papel da escola como espaço despido de preconceitos para reconhecimento das necessidades do corpo”. E concluem dizendo que “a resistência às propostas de mudança de horários está mais relacionada às conveniências individuais de pais eprofessores do que à própria aprendizagem. E, com base nas pesquisas realizadas nos ensinos fundamental e médio, os autores fazem um alerta às escolas: “Que seja mais flexível, que respeite as características temporais de cada aluno, ou que, no mínimo, evite privações de sono para a maioria”.