SOPRO, O - CONTOS E POESIAS

Os textos de Edgar Souza conformam-se nos moldes da narrativa curta e do poético. Narrativas com sabor de contos e com marcas de crônica; no limite, a prosa poética, delineada pela reflexão filosófica e pela revelação de um mundo interior, mais emoção que ação.
Bons momentos de boa narrativa e de fina poesia. Introspecção. Solilóquios. Há um tom que prende o leitor e o leva a um final insuspeito. A palavra a serviço da emoção e da ação.

Quanto aos textos propriamente poéticos, circunscritos ao gênero poesia, revelam um código nem crifrado nem hermético; pelo contrário é uma poesia que se diz ao mesmo tempo que diz do mundo subjetivo do eu-lírico. Atravessam-no um tom de lamento, de perda, de ausência, que poderia levar a pensar numa poética da incompletude, pois há sempre uma espera, de novo um querer-ser e uma penosa frustração.
A poesia de Edgar Souza é marcadamente egótica e neo-romântica. Há nela um sentimento amoroso inconcluso, um coração que não se entrega, um frio distanciamento das paixões fortes e realizadas. Porque não há um sentimento que vivifica a vida, o que aflora é a dor, a decepção, o desencanto.