A história de dois jovens, André e Patrícia, acaba por narrar um período importante e significativo da cidade de Maceió. 'O Sorriso da Cachorra' é uma novela de amor e sexo, mas tem como pano de fundo acontecimentos sociais e políticos muito caros ao autor que, à maneira de Jorge de Lima, Graciliano Ramos, Ledo Ivo, não deixa de mostrar os dois lados de uma mesma moeda. Seus personagens, geralmente alunos universitários e funcionários públicos, transitam com certo embaraço e de antenas ligadas pelas ruas, casas noturnas,salas de aula e praias, próximas ou distantes, pois "sentem" que o "inimigo" está sempre à espreita. Toda a narrativa de 'O Sorriso da Cachorra' tem como fonte inspiradora a paixão da juventude que tudo diminui e torna insuficiente, até mesmo a pessoa amada. É preciso mais, muito mais! Tanto que o personagem André, apesar do fascínio por Patrícia, apesar de sua sincera devoção, não é capaz de resistir as oportunidades sexuais oferecidas fortuitamente. Tudo graças a seu transbordante libido e seu declarado poder de sedução. Mas não é só na relação sexual que se manifesta esse romantismo apaixonado - pleonasmo necessário para evidenciar a opção conteudística do livro - mas também na relação política, como se o nascedouro das expressões daquela vida não jorrasse outro sentimento. André e Patrícia, depois de se conhecerem em circunstâncias desfavoráveis, acabam se apaixonando e levando o romance às últimas consequências. E lutam contra tudo e contra todos para atingir seus objetivos. Muitas vezes lutam e relutam contra si mesmos, pois, embora conscientes do que querem, são voluntariosos e orgulhosos como qualquer jovem. Mas o autor soube dar contornos humanos verossímeis, o que os torna seres de carne e osso.