Este livro aborda a performance nos trânsitos entre os territórios e as fronteiras da academia e da arte, bem como seus principais conceitos e diálogos com as mais variadas áreas do conhecimento e linguagens artísticas. Além de descrever as experiências da vida e da arte de Antonin Artaud e as reverberações das ideias do artista francês nessa linguagem artística, a pesquisa suscita reflexões não panfletárias, com base nos preceitos da contracultura e seus artivismos, sobre a participação e a presença insubordinada e insurgente dos performers com corpos diferenciados enquanto criadores, criaturas e criações no campo da arte da performance. O livro refuta os processos criativos assistencialistas, protecionistas e/ou pseudo-inclusivos que subjugam e subordinam os performers com corpos diferenciados, posto que a performance reconhece e reafirma a singularidade e a diversidade de corpos que passam a ser valorizados, aceitos e reconhecidos artisticamente não mais apenas por suas deficiências e sim por suas diferenças. Para tanto, o autor descreve três performances de sua autoria que se configuraram como sendo a parte prática de sua pesquisa de doutoramento em Artes Cênicas no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, quais sejam: (DES)VITRUVIANDO (2014), Sanguis (2014) e Reliquiarium experientiis (2014).