Esta obra é pautada por três pontos estruturais - primeiro, descreve o professor universitário em sua longa e, às vezes, penosa carreira acadêmica; segundo, sem meias palavras, analisa o 'sujeito acadêmico' (que às vezes se considera um deus olímpico), - esquecido de que também pertence, querendo ou não, às calçadas da vida; e terceiro, revela como o sujeito comum parodia este ser, normalmente isolado em 'igrejinhas' universitárias. Por tudo isso, nesta obra, o rei ficará nu. Temos assim um livro que fala sobre os afazeres, triunfos e mazelas do sujeito acadêmico, não um livro sobre a vida na universidade. Revelando desejos e mecanismos políticos (os jogos que constroem a existência acadêmica), mergulha numa visita ao sujeito acadêmico que, envolvido em sua existência paradoxal, ao conceituar a realidade, não se dá conta de que, ao fazê-lo, pode embrutecer e empobrecer a própria ciência que produz. Para além dos muros universitários, a obra mostra que a ciência também é passível de habitar a vida cotidiana. Ciência e bom humor se aliam, sem 'roupas imaginárias de um rei', atendendo tanto a curiosidade do leigo quanto o autorreconhecimento do próprio acadêmico.