Desde que o mundo é mundo, os homens guerreiam, ora por riquezas, ora por honra, ora por territórios, ora por poder. Na maioria das vezes, é verdade, por uma combinação dos quatro elementos. No entanto, nos dias de hoje, o real teatro de guerra não se desenvolve em remotos campos de batalha, mas num terreno do qual ninguém pode se afastar: o ambiente de trabalho. E nesta guerra não há como declarar neutralidade. Querendo ou não, todo ser humano em idade produtiva trava diariamente uma batalha. E, para ela, de pouco adianta se preparar com a sabedoria oriental. A melhor arma é a infame agressividade ocidental. Partindo deste princípio, Stanley Bing apresenta 'Sun Tzu era um maricas', uma sátira muito bem-humorada de 'A arte da guerra' adaptada para o mundo corporativo de hoje. Sem meias palavras, o autor oferece dicas para conquistar os inimigos, favorecer os amigos, praticar e sobreviver às batalhas diárias dentro dos escritórios. No livro, os ensinamentos do taoísmo chinês dão lugar aum estilo George W. Bush de conquistar o mundo. Dentro dos escritórios, por mais que as gravatas continuem enlaçadas ao redor dos pescoços, todo trabalhador sente-a como uma faixa de caratê amarrada em torno da cabeça. Apesar de os saltos altos femininos estarem sob os pés, eles, na verdade, representam as lâminas desembainhadas das amazonas prontas para o ataque. Por isso, para o autor, Sun Tzu pode até ser um sábio, mas a sua arte é suave demais para as demandas do mundo corporativo dos dias de hoje. Nesse universo, assim como no das guerras por território, honra, riquezas e poder, o que mais interessa é garantir para si o espólio, que, nos dias de hoje, pode vir sob a forma de poder, posição hierárquica, melhores tarefas para desempenhar ou mesmo algo mais prosaico, mas de grande importância simbólica: um escritório maior e mais bem localizado. Tudo isso, no fim da contas, leva ao que todo trabalhador, no fundo, almeja: mais dinheiro, privilégios e benefícios.