A Conferência de Bretton Woods foi a conclusão de dois anos e meio de planejamento da reconstrução do pós-guerra pelos EUA e Inglaterra, buscando um sistema internacional de pagamentos que permitisse que o comércio progredisse sem o medo de desvalorizações monetárias repentinas ou flutuações selvagens das taxas de câmbio. Na ausência de um mercado europeu forte para suas exportações, a economia dos EUA seria incapaz de sustentar a prosperidade que ela alcançara durante a guerra. (...). Sobre o que aconteceria a partir dessas premissas, a análise da dinâmica e contradições, finalmente mortais, do arcabouço econômico-financeiro construído em Bretton Woods, é questão com a qual fica a palavra para Leandro Ramos Pereira, nas páginas que seguem, no nosso entender as mais completas (abrangentes) e aprofundadas já escritas a respeito na academia brasileira - Osvaldo Coggiola (Professor Titular de História Contemporânea da USP) Tendo como cerne analítico o “imperativo imperialista estadunidense no pós- -Guerra”, este livro tem o mérito de limpar o terreno das mistificações reformistas que envolvem o período dos “Anos Dourados”. Ao colocar no seu devido lugar a particularidade do imperialismo que se nutre do projeto global de poder dos Estados Unidos, a pesquisa de Leandro Pereira revela como tal dominação seria funcional para a reprodução do modo de produção capitalista como um todo. A obra tem seu valor também por mostrar como que as sementes da transnacionalização e da crise estrutural do capital, que atingem pleno desenvolvimento em nossos dias, estavam plantadas com o complexo industrial militar que sustentou Bretton Woods e que cedeu algumas concessões sociais às economias centrais no imediato pós-Guerra. Assim, recomendamos com entusiasmo a leitura deste livro! - Fábio Campos (Professor do Instituto de Economia da Unicamp)