O empenho para a construção de um “teatro nacional” na capital do Império do Brasil contou com o esforço de muitos homens de letras, em especial dos dramaturgos adeptos da escola romântica e realista. A partir da década de 1860, quando do advento dos gêneros do teatro ligeiro no Brasil, e especialmente no início da década de 1870, quando houve a fixação desses gêneros em nossos palcos, o ideal de “teatro nacional” construído pelos representantes daquelas escolas foi sensivelmente abalado. O trabalho demonstra que as transformações no contexto social, econômico, cultural e político do Rio de Janeiro, entre o final da década de 1860 e começo da década de 1870, alteraram a própria definição do conceito de “teatro nacional”, tornando-o mais amplo e menos rigoroso, pois passaram a ser considerados “nacionais” espetáculos que, na década anterior, não seriam aceitos como tal. Para compreendermos profundamente a reverberação de tais transformações contextuais no campo do teatro, foi necessário nos debruçarmos sobre o cotidiano de uma das mais importantes companhias do período, e a mais representativa em relação a essa adoção dos gêneros ligeiros pelo mundo teatral carioca: a companhia teatral Phenix Dramática (1868-1891). Dialogando com os aportes fornecidos pela chamada História dos Conceitos e no campo metodológico, com a História Social, em especial História Social da Cultura, este livro lançou mão da imprensa periódica como principal fonte de pesquisa. Foram diretamente consultados 25 jornais diferentes, em sua maioria do Rio de Janeiro, entre os anos de 1821 (Diário do Rio de Janeiro) e 1889 (O Paiz).