Até ser forçada a competir em um campeonato de soletração de sua sala de aula, Eliza Naumann, uma menina de onze anos, achava que esse tipo de evento, entre muitos outros, existia apenas para "confirmar, expor ou reforçar sua mediocridade". Porém, tomada por uma onda de êxtase místico, na qual as letras pareciam ganhar vida própria, Eliza não só vence esse campeonato, mas todos os outros que passa a disputar. Myla Goldberg, a autora, graceja: "As letras eram ímãs, e o cérebro dela uma porta de geladeira". Esse sucesso inesperado traz conseqüências inquietantes sobre os outros três membros da sua família. O pai, Saul, cantor de uma sinagoga e estudioso da cabala, considera o talento de Eliza um sinal de "prodígio místico", introduzindo-a nos escritos de Abraão Abulafia, um importante cabalista do século XIII. O irmão mais velho, Aarão, destinatário anterior das ambições religiosas do pai, embarca em uma busca solitária de realização espiritual e se envolve com um grupo Hare Krishna. A mãe de Eliza, Miriam, cujo distanciamento já acentuado da filha e do marido cresce ainda mais à medida que eles se isolam no estudo, leva-a a um antigo vício secreto.