Nestes tempos de insanidade catastrófica no Brasil, eis um livro com uma estratégia argumentativa que procura interrelacionar os diferentes fenômenos observados e oferecer um percurso claro das principais dimensões envolvidas nas questões de uma sociedade com um governo da maldade prática. O conhecimento produzido, de forma crítica, é explicitamente orientado por um projeto ético que visa o desenvolvimento sem desigualdades e com liberdades individuais multiformes, identifica e problematiza a injustiça patente, defende a democracia e seu conteúdo jurídico-constitucional frente a sistemas políticos autoritários, exalta os bons sentimentos de humanismo, solidariedade, cooperação, bondade e compaixão, reconhece o papel do Estado laico e de outras instituições e agentes, bem como valoriza e aprimora epistemologias cívicas que façam sentido para aqueles que vivem no Brasil, com preservação de habitats selvagens e respeito aos animais em um mundo finito, nossa casa comum, a Terra. Como a neutralidade não existe no trabalho de pesquisa de um cientista social, o autor não aceita ser mero coadjuvante na cena pública da atual fase da era do Capitaloceno, a neoliberal, mesmo porque na ausência da intervenção humana para modificar o curso das coisas na pandemia da COVID-19 e criar o novo, o mundo dos humanos é ameaçado pela sua própria ação destrutiva.