O filósofo e teólogo inglês John Hick é um dos grandes pioneiros da atual reflexão sobre a teologia do pluralismo religioso. Oriundo da tradição presbiteriana da Inglaterra, hoje ligada à Igreja Unida Reformada, autor de uma vasta produção bibliográfica, ainda pouco conhecida no Brasil, John Hick aborda, neste livro, um dos temas mais controvertidos e polêmicos da reflexão teológico-cristã contemporânea; o desafio do pluralismo religioso. É uma questão que tem provocado acirrados debates, dividido opiniões, e acionado a pena repressiva de algumas tradições cristãs, como a católico-romana, com notificações curiais recorrentes contra obras de teólogos que se aventuram a trabalhar tal questão. A metáfora do arco-íris utilizada por Hick no título é de fundamental importância, pois tem um significado bíblico bem preciso; traduz a aliança cósmica feita por Deus com todos os povos da Terra. Mas neste livro quer simbolizar a luz do Espírito que, ao ser refletida na atmosfera terrestre, gera um admirável e glorioso espectro de cores; as diferentes formas religiosas que traduzem, cada uma a seu modo, a luz de Deus, do Divino, do Último ou Real. Na perspectiva pluralista defendida por Hick, nenhuma religião particular pode pretender acumular para si com exclusividade toda a riqueza da luz do Mistério Real. O autor defende a acolhida do pluralismo religioso como valor inquestionável e o reconhecimento da diversidade das religiões como modos distintos, legítimos e irrevogáveis de conceber, experimentar e responder à Realidade Última. John Hick busca, neste livro, responder às críticas à sua hipótese pluralista, e o faz recorrendo a um diálogo com duas personagens por ele criadas - Fil e Graça, que apresentam as críticas filosóficas e teológicas ao pluralismo religioso defendido por João.