A utilização de narrativas orais como fontes históricas foi durante muito tempo desprezada pela Historiografia influenciada pela Escola Positivista do século XIX, a qual somente aceitava como válidos e confiáveis os documentos escritos, de preferência emanados de autoridades oficiais. Nessa ótica hoje inteiramente superada, as narrativas orais eram consideradas apenas como algo característico de povos primitivos e não evoluídos, ágrafos e de cultura meramente oral. A partir de 1929, porém, por influência da Escola dos Annales, ampliou-se muito o conceito de fontes históricas utilizáveis por um historiador o que ensejou um extraordinário desenvolvimento dos estudos históricos. Durante a segunda metade do século XX, cada vez mais se valorizou a História Oral, que hoje está definitivamente aceita e consolidada nas grandes universidades e nos mais rigorosos centros de pesquisa de todo o planeta. Nos ambientes corporativos também se nota a preocupação de ser preservada a própria memória, registrando depoimentos orais de elementos mais idosos e experientes e disponibilizando-os pela internet. Entre inúmeros outros exemplos, cabe lembrar o Projeto Memorar, da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba – ACIPI, que visa a preservar por meio da oralidade a história da entidade e, mais amplamente, do empreendedorismo no município de Piracicaba; trata-se de iniciativa lançada no primeiro semestre de 202 2, baseada na memória afetiva dos elementos mais antigos e experientes da ACIPI.