A mitologia grega formou-se através da tradição oral, ou seja, ela foi passada oralmente de geração para geração. Por isso, ela não é linear: seus mitos não aparecem em ordem, mas se mesclam uns aos outros. Neste volume, Menelaos Stephanides conta as histórias de alguns dos mais importantes heróis gregos. Essas narrativas se misturam e se completam e seus personagens transitam de um mito para outro. E é assim mesmo a mitologia: uma "constelação" de mitos que não seguem uma ordem cronológica e que apresentam muitas concordâncias entre si, mas também muitas contradições. Um dos mais importantes mitos heróicos presentes no livro é o de Perseu. Todos os grandes heróis da mitologia grega têm raízes ancestrais muito antigas e nobres - e Perseu não só descendia de uma genealogia divina, que tinha suas raízes na própria deusa Gaia, como deu seqüência a essa linhagem que, gerações mais tarde, teria em Hércules seu mais importante herói. Perseu veio à luz numa prisão. Sua mãe, Dânae, fora encerrada lá pelo próprio pai, o rei de Argos, que recebeu um oráculo dizendo que seria morto pelo filho da jovem. No entanto, o cárcere não surtiu o efeito esperado: vendo a linda prisioneira, o próprio Zeus se encantou por tanta beleza, e entrou na cela para satisfazer o seu desejo. Assim, nove meses depois, nasceu o grande herói Perseu, filho de Zeus. O rei de Argos, com medo do oráculo, lançou mãe e filho ao mar dentro de um caixote ricamente adornado que chegou, finalmente, à praia da ilha de Sérifos. Os dois passaram então a habitar essa ilha que, no entanto, era governada por Polidectes, um rei duro e cruel. Apaixonado pela beleza de Dânae, ele queria desposá-la de qualquer modo, e não desistia nem mesmo diante das muitas recusas da jovem. Quando Perseu cresceu e se tornou um jovem esbelto e forte como nenhum outro, suas tentativas ficaram cada vez mais difíceis.