O ideal do ensino brasileiro de língua tem sido tornar os alunos imunes a erros, os quais são sempre mais ou menos os mesmos: violações de regras de sintaxe, que incluem concordância, regência e colocação (de pronomes, sobretudo). Nas listas desses erros, constam sempre os mesmos casos. O que essa prática, na maioria das escolas, tem deixado de incluir? Certamente o empenho em estimular os alunos a serem capazes de elevar gradualmente o nível de informatividade de seus textos, de dizerem coisas que, se não forem ditas, farão falta; capazes de, fugindo das obviedades, recorrerem a argumentos consistentes, de explorarem o lado novo e imprevisível dos fatos e das situações, com o uso de um vocabulário menos comum e mais conforme às especificidades de cada situação. Em geral, todo movimento que tenha a pretensão de romper com paradigmas tradicionais assusta. Parece carregado de riscos. Esperemos seja diferente com nossa proposta de reconhecer a textualidade como condição necessária para a existência de qualquer espécie de linguagem e foco de todo ensino de língua, principalmente na perspectiva de uma educação linguística. Textualidade – noções básicas e implicações pedagógicas se dirige prioritariamente a professores da educação básica e a alunos de Letras e de Pedagogia. Nada impede, porém, que alguém interessado em iniciar-se nesse mundo do texto e de suas categorias dê uma olhadinha nestas páginas, a fim de ampliar sua formação linguística.