“O mito de Leila Diniz era, e é, tão poderoso que faz sentido dizer no Brasil de hoje que ‘toda mulher é meio Leila Diniz’. É por esta razão que este livro é importante. Faz refletir, e muito, sobre as mudanças e continuidades nos comportamentos sexuais e conjugais ao longo dos últimos anos, não só das mulheres, mas dos homens também.”Peter Fry “Leila acreditava na liberdade no sentido mais amplo: todo mundo tinha o direito de viver como quisesse. Isso incluía não apenas a liberdade de chamar um homem para a cama, ter sete namorados por semana, escolher o pai de sua filha sem precisar casar com ele e ir à praia grávida e de biquíni - como também a liberdade de casar virgem, ser mulher de um homem só e fazer tudo segundo os velhos figurinos, se fosse isso o que a moça preferisse. Era no que ela acreditava e foi o que aconteceu: hoje, nada mais é proibido, mas também nada é obrigatório. Leila deixou-se julgar por um país inteiro para que ninguém mais julgasse ninguém.”Ruy Castro, trecho do livro Ela é carioca – Uma enciclopédia de Ipanema Toda mulher é meio Leila Diniz é um livro apaixonado e apaixonante sobre uma mulher carioca que revolucionou os costumes no final da década de 1960. E por que Leila Diniz, entre tantas outras mulheres que viveram intensamente esse momento histórico, se tornou um mito? É a própria Leila quem responde à questão: “Sobre minha vida, meu modo de viver, não faço o menor segredo. Sou uma moça livre. A liberdade é uma opção de vida”. Leila fazia e dizia o que muitos tinham o desejo de fazer e dizer. Com os inúmeros palavrões na clássica entrevista a O Pasquim, com uma vida sexual e amorosa extremamente livre e prazerosa, com o seu corpo grávido de biquíni, trouxe à luz do dia comportamentos, valores e idéias já existentes, mas que eram vividos como estigmas, proibidos ou ocultos. Não à toa, ela é apontada como uma precursora do feminismo no Brasil: uma feminista intuitiva que influenciou, decisivamente, as novas gerações. Leila Diniz, ao afirmar publicamente seus comportamentos e idéias a respeito da liberdade sexual, ao recusar os modelos tradicionais de casamento e de família e ao contestar a lógica da dominação masculina, passou a personificar as radicais transformações da condição feminina (e também masculina) que ocorreram no Brasil.