Quando a primeira edição do livro Todo DJ Já Sambou saiu, em 2003, eu e a Claudia nos encontrávamos em lugares como o Lov.e Club, à base de drinks e música alta. Em 2017, quase quinze anos depois, ainda apreciamos nossos drinks e caixas de som, mas nossos encontros podem bem ser num sábado de manhã, acompanhando nossas filhas no parque. Na cena eletrônica e no mundo dos DJs, muita coisa também mudou nesses quase 15 anos. Na capa da primeira edição do livro, quem aparece é o Mau Mau, na histórica foto de Fabio Mergulhão que mostra o DJ tocando, já de manhã, no saudoso festival Skol Beats. Em 2017, o DJ mais conhecido do Brasil é o goiano Alok, que tem centenas de milhares de seguidores nas redes sociais e músicas estouradas das FMs aos streamings do mundo todo. Não à toa foi escolhido pra ilustrar uma das quatro diferentes capas deste livro. Esta nova edição do Todo DJ Já Sambou vem expandida e atualizada em várias frentes: tem Alok e Vintage Culture, outro blockbuster atual das pistas brasileiras; retrata a conquista de espaço das mulheres na discotecagem, com nomes como ANNA, que ocupa uma das capas; explica o novo e forte eixo das festas independentes de São Paulo, como Mamba Negra e Capslock; e conta sobre a reverberação da bass music, que colocou o DJ Zegon e seu projeto Tropkillaz como nomes internacionais. Este livro continua tão necessário como há 15 anos. Um dos principais motivos é que a gente sempre precisa lembrar de onde veio tudo isso. Se hoje existe um Alok ou um L_cio é porque antes existiram o Mau Mau, o Marky (outro DJ que brilha numa das capas), o DJ Hum, o Ricardo Guedes, a Sonia Abreu, o Gregão e o seu Osvaldo Pereira (o primeiro DJ do Brasil, personagem revelado na primeira edição do TDJS e agora colocado, merecidamente, numa de suas capas). E ainda tem o viés educacional da obra. Literalmente: o livro é adotado como material didático em diversos cursos de DJ e produção de música eletrônica pelo Brasil.