Torquato partiu em 1972, da mesma forma radical com que sempre viveu, mas sua esguia silhueta de benfazejo Nosferato continua a assombrar - virou objeto de culto de toda uma geração que não o conheceu, porém encontra nele uma guia e um estímulo para não se render e não se enquadrar. Graças às novas versões musicadas de suas poesias, a influência de Torquato não cessa de crescer, não sendo exagero afirmar que ele é mais conhecido hoje do que jamais o foi em vida. Só que esse conhecimento parcial e fragmentado não era capaz de fazer justiça à sua originalíssima contribuição para a cultura brasileira. Situação agora corrigida com a edição de Torquatália , obra que, em seus dois volumes - Do lado de dentro e Geléia Geral -, apresenta enfim um panorama completo tanto de sua obra poética quanto em prosa, com o aporte de textos inéditos, de correspondências, a íntegra de sua coluna no jornal Última Hora, e escritos antes esparsos em publicações diversas e, por isso, desconhecidos. Um livro essencial para quem não desistiu de sonhar e ainda teima em continuar a desafinar o coro dos contentes.