Fruto das evoluções do ‘saber’ e fazer’ humanos, a Ergonomia vem contribuindo para que, cada vez mais, este ‘saber-fazer’ favoreça a humanização no espaço organizacional. A democratização dos conhecimentos acumulados por esta disciplina se faz no momento em que este é estendido aos diversos contextos produtivos e setores da economia, tornando possível a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores. A pesquisa apresentada neste livro busca seguir este caminho ou premissa. Mesmo sendo fruto de uma pesquisa para fins de doutoramento, seguindo o formato e o rigor necessários a um trabalho de tese, a autora apresenta em uma linguagem clara, objetiva e acessível as contradições e exigências impostas à trabalhadores rurais pela sua atividade de trabalho (o arranquio de feijão) e pelas características do contexto produtivo. Numa abordagem crítica são analisados os diferentes aspectos do trabalho que levam dor e sofrimento aos trabalhadores. Não só apresenta os resultados de um relevante estudo, mas a autora busca traçar o “estado da arte” dos estudos ergonômicos neste setor; apresenta um histórico sobre a origem e desenvolvimento da Ergonomia e realiza uma discussão sobre as diferentes abordagens ergonômicas existentes. Tendo como supor te teórico a Ergonomia da Atividade, a autora delineia, ainda, as características centrais desta abordagem, sua forma de conceber o homem e o trabalho e constructos essenciais que deram supor te ao estudo e que permitem entender melhor e profundamente a relação homem-trabalho.