Em 'Os transparentes', livro de poesias de Florence Dravet, todos os versos são escritos com uma perspectiva de busca pela transparência na linguagem. Os títulos das quatro partes que compõem o livro deixam entrever a presença de seres que ora inspiraram, ora foram convocados para a escritura poética; são eles - Versos ao Lunicórnio - a presença airosa e lunar da força feminina, O Lobo em Chamas - presença de uma certa agressividade natural a ser controlada, Vozes do Índio Prata - busca de uma sabedoria racional e Aos Alados e pingos d'Ouro - tentativa de expressão da liberdade necessária diante do Sentimento amoroso. A noção de 'transparência' adotada aqui é a do aprofundamento a fim de ver aquilo que se oculta sob as camadas de ilusão e opacidade que as coisas oferecem aos olhares desavisados. Com o olhar transparente, o olhar daquele que cuida e aguarda, o sentido profundo das coisas pode ser desvelado. Aparecem cores, cheiros, sons, seres que acompanham o homem na sua busca pelo aprofundamento e a lucidez.Ao lado dos sessenta poemas, sessenta desenhos, em nankin também revelam a interioridade em contato com a expressão de formas, cores e movimentos. Entre os traços conduzidos pelo andar poética, surgem formas reconhecíveis, olhos, corpos em movimento, seres que habitam o imaginário da artista. Mais do que uma leitura e interpretação das poesias, trata-se de um trabalho de recriação feito pela artista Ana Beatriz Barroso, onde a imagem adquire uma nova força. O livro tem 140 páginas em pólen soft, uma capa impressa em linho telado e conta com o prefácio de Marcelo Costa Nunes Apeja, homem de visão mística e percepção sensível da realidade e da poesia. Diz ele; 'Nesse livro, Florence Dravet revela que os Transparentescontêm a harmonia dos contrastes, e o verbo encerrado em suas linhas se converte no silêncio verdadeiro do coração elevado. A lucidez de cada verso expressa um aprazível emaranhado de energias que focalizam sua atenção na mais sublime expressão do Am