Este livro é um convite a conhecer. Conhecer não apenas aquilo que a História nos traz, mas sim a versão daqueles que participaram de momentos que foram decisivos no percurso que o Brasil e o mundo compartilharam até a emergência de nosso século XXI, que se configurou tal qual é devido aos acontecimentos de outrora. Dessa forma, esta leitura é um chamamento indiscutível para o reconhecimento e o tatear de toda a fruta e não apenas uma fração dela. Apesar de certos espíritos relutantes e intransigentes diante da globalização alegarem que esta irá sepultar culturas e a fragmentar ainda mais as identidades, talvez haja um propósito otimista na ideia de, neste panorama, valorizarmos a unidade na diversidade, as partes e o todo, sem que haja uma homogeneização que descaracterizará os povos. Prefiro pensar em grupos culturais, comunidades interpretantes, sejam de grande vulto ou ilhas de excelência, que compartilham ideias e formas semelhantes de significação e interpretação de mundo, sendo a base uma cultura que pode migrar para locais geográficos diversos, sem perder a sua essência, apesar de estar permeável a outros conhecimentos. Assim, o candomblé está na Rússia de Geraldo, e figuras típicas e porque não dizer, arquetípicas do Brasil, transitam entre esses cenários, criando uma unidade sem que seja perdida a parte que lhe é característica. Hibridismo. Esta me parece a palavra de ordem deste livro.