Ao brasileiro nunca faltou originalidade, nunca faltou criatividade, em política como em tudo o mais. O que quase sempre faltou foi coragem de seguir um modelo próprio, não imitado de estrangeiros.
Ao longo do reinado de D. Pedro II tivemos um modelo político original, criativo, bem sucedido, que fez do Brasil uma das nações mais ricas, poderosas e respeitadas do mundo. Com um Parlamento prestigioso e eficiente, verdadeira escola de estadistas, com uma efetiva participação do eleitorado, liberdade autêntica, instituições sólidas e estáveis.
Era um fórmula bem brasileira, não decalcada em modelos estrangeiros, mas produzida pelo gênio nacional: Parlamentarismo com Monarquia, com o Imperador, bem assessorado por um Conselho de Estado, exercendo efetivamente o Poder Moderador que garantia o equilíbrio dos outros três poderes — o Executivo, o Legislativo e o Judiciário; mas tudo com uma nota de paternalidade e, sobretudo, de brasilidade.
Era um parlamentarismo diferente, sem dúvida, mas bem brasileiro e que a experiência comprovou dar certo em nossa terra. Esse parlamentarismo tinha um "segredo". O "segredo" não era uma fórmula política impessoal e abstrata, mas era algo pessoal, algo que tocava a alma do brasileiro no que ela tem de mais profundo. E foi graças a esse "segredo" que a experiência parlamentarista no Império deu certo.
Esse parlamentarismo pode realmente ser uma solução para o Brasil.