Foi-se o tempo em que príncipes em cavalos brancos e princesas presas em torres eram o ideal romântico a que aspiravam homens e mulheres. Hoje em dia todo mundo sabe que a inconstância dos afetos é uma realidade impossível de mudar. A diferença é que Ivan Martins, editor-executivo e colunista do site da revista Época, considera isso um motivo de celebração. Afinal, junto com esses ideais também vinham pressões da sociedade, intromissões da família, preconceitos dos vizinhos… Sem esse peso no coração, podemos finalmente nos libertar e perseguir sonhos e amores, sejam quais (e quem) forem. Ao fim desta coletânea com mais de cinquenta crônicas sobre paixão, filhos, decepção e recomeços, o leitor também se sentirá pronto para deixar o barco da vida correr e aguardar, cheio de alegria, seu próximo amor.Algumas pessoas conhecem o amor de suas vidas bem cedo, e a relação permanece, apesar dos altos e baixos, até o fim. Outras seguem pelo mundo com a insatisfação da adolescência no peito, descobrindo novos bem-quereres em cada porto, sem nunca baixar âncora. A maioria de nós, porém, vacila entre esses dois extremos, e se vê equilibrando família, trabalho, responsabilidades e paixão com a certeza de sempre querer mais.Quando se trata de amor é assim: a gente se apaixona e acha que é para sempre, mas a verdade é que aquele antigo ideal romântico já não funciona mais. A liberdade de amar quem se quer também traz o ônus de ter que aceitar que a qualquer momento tudo pode mudar. Mas isso, por incrível que pareça, é bom. Só com essa liberdade podemos verdadeiramente aceitar o outro e a nós mesmos como somos, de peito aberto.Ivan Martins tece com maestria, delicadeza e bom humor uma série de observações sobre o cotidiano de nossas paixões, sejam novos ou velhos amores, filhos ou amigos. O amor é um país sem preconceitos, e em suas histórias Ivan mostra que não basta amar: é preciso também libertar.