Caracterizada há um só tempo pela institucionalidade e também organicidade, a igreja cristã tem vivenciado ao longo dos séculos um profundo desafio de conciliação destas realidades. Se a vida comunitária se apresenta como fonte de alegria, cura e libertação, também emerge enquanto manancial de contradições. Todos aqueles e aquelas que amam a igreja lutam e refletem sobre teorias e práticas para diminuir a lacuna entre o que se apresenta concretamente em termos das vivências eclesiais e o que seria desejável apresentar ao mundo. Nas últimas décadas do século 20, o latino-americano, especificamente, o brasileiro, viu o reacender de uma forte renovação eclesial. Teólogos e teólogas se perguntavam acerca da possibilidade de uma Igreja aberta para responder adequadamente às questões do mundo de hoje, esteira na qual também se insere a presente obra. Nela, Levy Bastos e Jürgen Moltmann unem-se em busca de apontamentos acerca da importância da tradição e da contínua reforma da igreja. Viver sem passado é receita para o fracassar do futuro. Uma fé inteligente é abordada no intuito de averiguação daquelas que são as mais prementes necessidades para a relevância eclesial. É vital ser razoável sem perder o sentimento. Espiritualidade, solidariedade e piedade também despontam como vivências a serem cultivadas, no intuito de que ser igreja possa efetivar-se como realidade, e não somente um ideal abstrato. O empenho, a experiência e o conhecimento destes autores certamente colocará o leitor mais próximo da resposta à pergunta: existe futuro para o Cristianismo?