Há uma Agência da ONU criada para tratar de esporte: a UNESCO, fundada em 1946 e sediada em Paris. O primeiro brasileiro designado delegado no Comitê Olímpico Internacional foi o diplomata Raul Paranhos, então chefe da delegação brasileira em Berna e filho do Barão do Rio Branco. Em 1920, a França criou uma seção de turismo e esporte no Ministério das Relações Exteriores, de sorte a adotar uma política esportiva para o exterior. Após a invasão da Abissínia e a guerra na Etiópia, em 1935, os atletas italianos puderam participar somente de partidas e competições nas quais não tivessem envolvidos atletas de países que não haviam imposto sanções contra a Itália. Uma partida de futebol foi o motivo – ou o pretexto perfeito – para a eclosão de uma guerra entre Honduras e El Salvador em 1969. Em 1976, a UNESCO realizou a Primeira Conferência Internacional de Ministros e Altos Funcionários Responsáveis por Educação Física e Desporto, com a finalidade, entre outras, de fomentar a cooperação internacional por intermédio do esporte. Os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, para protestar contra a invasão da URSS ao Afeganistão. A readmissão da África do Sul aos quadros do COI foi um dos fundamentos para a revogação do Decreto que vedava intercâmbio cultural, artístico ou desportivo do Brasil com os sul-africanos. Em 2006, o COI e a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo realizaram os Jogos da Paz, iniciativa destinada a “promover a cultura da paz e reconciliação” no país africano. Por reunir autoridades públicas (inclusive o Conselho da Europa e a União Europeia) e autoridades esportivas privadas, a Agência Mundial Antidoping é considerada uma organização internacional mista. Esses são apenas alguns dos vários exemplos da ancestral, profunda e sólida ligação entre Esporte e Relações Internacionais. Bem-vindo(a), prezado(a) leitor(a), a esse fascinante universo!