Um olhar para além do cotidiano é um convite a olhar simultaneamente para fora e para dentro de si mesmo, no concreto e no abstrato do dia a dia. Nesta fusão de dimensões, emerge a compreensão plena da expressão “somos todos um”, já um tanto desgastada e mal compreendida na busca da espiritualidade. Compreender que o bem é universal e que todos o buscam e o merecem, talvez, seja a chave que nos habilite a adentrarmos no reino da harmonia, do amor e da paz. Aguçar nosso olhar para o que realmente importa talvez seja a senha que nos dê passagem a uma nova realidade. Imaginar ajuda a navegar no oceano virtual dos pensamentos, onde o livro constitui-se num fabuloso veículo. Refletir, a bombordo ou a estibordo, é nossa bússola. Contos urbanos & outros que tais desvelam situações corriqueiras no mundo fantástico das ideias, levando a algumas reflexões sobre o sentido da vida. O conto Estação do tempo conecta escritor e leitor num encontro de sensibilidade amorosa atemporal, impessoal e profunda. A narrativa dos textos compõe um misto de realidade transcendida em sonhos e ficção, abstrações e até mesmo alguma loucura, no solo fértil da inspiração em vivências humanas. Links de músicas consoantes com o enredo, sintonizados à emoção vivida na leitura, constituem-se num diferencial em textos literários. Contos e crônicas se desenrolam num cenário urbano que surpreende pela simplicidade que nos leva muitas vezes ao escape da banalidade, quando descobrimos verdadeiros tesouros no que de mais profundo nos reveste a alma. Uma fecundação aleatória numa poeira cósmica de Netuno, um conturbado estado de espírito de uma adolescente adotada e uma obstinada busca da verdade sobre Deus e o homem, numa imersão xamã, são temas de três contos, entre outros, onde a metafísica ganha seu espaço. Nesta navegação intrépida e às vezes um tanto turbulenta, O mundo no fundo do meu pátio é um porto seguro para sua alma aportar.