Nos últimos 20 anos, nossa sociedade se viu frente a frente com um problema médico-social de dimensões alarmantes: a cura da Aids. Ao lado de pesquisas de ponta em laboratórios, que buscavam uma solução científica para a erradicação do vírus, começou-se também a estudar o comportamento humano e as relações e reações que afetam os pacientes soropositivos. De sua rotina - atendendo em seu consultório em São Paulo e visitando pacientes em hospitais-, a médica psicanalista Sylvia de França G. dos Reis extraiu o material que serve de base a seu livro 'Um por todos, e todos por um - Aids: um convite à responsabilidade social'. Sylvia vem se dedicando ao trabalho de lidar com as emoções de pessoas que se vêem abatidas pelo diagnóstico da Aids - bem como de seus familiares e grupos de relacionamento mais próximos. Sua experiência diz que a cura emocional - e até a sobrevivência à doença - passa pela integração do doente, pela distribuição de responsabilidade por todo o meio social, e não peloisolamento, pela introversão, pela culpa individual. Um capítulo importante discute ainda o papel da midia, com suas influências positivas e negativas. Preconceito e culpa não curam. Neste ângulo de abordagem, o tratamento da Aids leva em conta o sujeito e os grupos dos quais ele faz parte e, vai mais além, quando conclama a todos nós, conscientemente, a fazermos parte de uma grande movimento de renovação, de luta contra os preconceitos, para afastarmos um mal que pode atingir a todos e a qualquer um. Com certeza, este livro interessará a pais, educadores e a todos os que lutam por formas conscientes e democráticas de participação social, empenhados na formação de verdadeiros cidadãos. No texto de apresentação, assinado pela médica ValeriaPetri: "A epidemia de Aids começou como ficção estranha, passou a objeto das piadinhas de mau gosto sobre gays e liberados em geral e instalou-se, por fim, com a perplexidade gerada pela ignorância coletiva sobre os fatos da vida.