No Colégio Emílio Ribas, Anglo Pindamonhangaba, ao longo de mais de 16 anos, nossa equipe tem avançado na direção de uma comunidade de aprendizagem inclusiva, em que praticamos a empatia e a sinergia, e estamos construindo um trabalho de respeito e de inclusão das famílias, condição essencial para que as crianças aprendam e desenvolvam-se com alegria. O que aprendi de essencial nesses anos todos à frente de uma equipe tão grande e complexa? Que somos pessoas comuns! Todos nós somos extraordinariamente comuns. Carregamos as mesmas dores, feridas, potencialidades e luminosidade de todos os seres humanos. Não somos melhores, nem piores. Nessa visão, adquirimos força para dialogarmos com a diferença, para respeitarmos as histórias das famílias, para olharmos com respeito para crianças e adolescentes. Nossa tarefa e missão é enriquecer e ampliar os relacionamentos, reduzindo os ruídos que julgamentos e distorções morais criam nas comunidades escolares. Há quem diga que a escola não é a mesma de antigamente. Os alunos são fracos, desinteressados, mais dispersos e não comprometidos… Permito-me discordar dos saudosistas. As crianças e os adolescentes trazem um brilho extraordinário no olhar. Podemos contribuir para que esse brilho aumente pela beleza das relações ou matar a sede de aprendizagem e de criatividade. As crianças amam a escola. Amam e admiram os professores e colaboradores. Isso é o que eu vejo. Quando não estão disponíveis, encontramos muitas dificuldades. Mas se estão “bem” em suas vidinhas e famílias, ou se encontram respeito pelas suas dificuldades, elas se abrem e confiam. Neste livro há algumas histórias narradas por quem está em sala de aula, no atendimento a alunos e famílias. São depoimentos que sempre desejei levar para outras escolas e profissionais. O melhor é podermos compartilhar nossa alegria em estarmos numa escola. Não é para mim um sacerdócio ou missão especial. É uma experiência de profunda alegria poder conviver com crianças e adolescentes e experimentar todos dias “a eterna novidade do mundo”, como dizia o poeta.