UMA ECONOMIA POLÍTICA DA GRANDE CRISE CAPITALISTA (2007-2017)

Linguagem clara e precisa, densidade analítica, argumentação bem articulada, rigor teórico com abertura de espírito, debate crítico lúcido e equilibrado, amplo domínio da bibliografia pertinente, são algumas das qualidades da tese de doutorado de Aloisio Sérgio Barroso que agora assume a forma livro.

As crises estão intrinsecamente vinculadas ao modo de produção da riqueza social. Não se pode compreender a dinâmica da crise geral do capitalismo desencadeada nos Estados Unidos em 2007 sem inscrevê-la na lógica objetiva da valorização do capital na época do imperialismo, dos monopólios e do capital financeiro em que a tendência à superacumulação torna-se crônica. É a busca de aplicações rentáveis para a massa de dinheiro circulando fora da esfera produtiva que explica as hipotecas podres, a especulação desenfreada, as “alavancagens” mirabolantes e o desfecho desastroso a que conduzem. Barroso, entretanto, não perde de vista a categoria da totalidade.

Para o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, que assina o prefácio da publicação, "o autor deste precioso livro demonstra cabalmente que a crise financeira se esgueirou silenciosa nos subterrâneos da economia globalizada, enquanto os acólitos midiáticos e acadêmicos evangelizavam o público com as crendices sobre os mercados eficientes e 'competitivos' povoados por agentes racionais e otimizadores".

Além do texto principal, fruto da tese, o livro inclui uma coletânea de 110 pequenos textos e declarações selecionados de autores que discutem a crise e temas conexos, oferecendo ao leitor uma documentação ampla e relevante.