Este novo trabalho do historiador Diamantino Fernandes Trindade percorre vários caminhos ainda desconhecidos dos cultos afro-brasileiros, retratados em importantes periódicos brasileiros do final do século 19 e do século 20, situando, sem interferências, os leitores e pesquisadores na vivência diária dos terreiros, dos centros e tendas da época. A tarefa de alguns médiuns curadores, como Padre Donizetti e Nhá Chica, é ressaltada desta vez, bem como a de outros importantes médiuns do cenário espiritualista brasileiro, a exemplo de Pai Roberio de Ogum, Joãozinho da Goméia, Tia Neiva e Tata Tancredo da Silva Pinto. A perseguição religiosa dos dias atuais não é algo novo, como se poderá constatar nos artigos apresentados nesta obra. Em livros anteriores, as matérias ficaram concentradas aos periódicos do eixo Rio-São Paulo. Agora, são abordados também artigos de outros estados brasileiros, além de um de jornal lusitano. O autor faz também uma análise de cinco livros dos conceituados autores: Óscar Ribas, André Drooges, Leopoldo Bettiol, Yvonne Maggie Alves Velho e Abguar Bastos. E um capítulo especial é reservado às baluartes do candomblé baiano: Olga do Alaketu, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois e Mãe Stella de Oxóssi. Mais um primoroso trabalho que se junta à série de “resgate da memória da religião umbandista”.