Nesta obra, Renri Atlan, oferece-nos as suas reflexões sobre os progressos da embriologia e da genética no que diz respeito à procriação medicamente assistida. Com palavras simples, demonstra como a ciência de ontem se tornará, num futuro mais ou menos próximo, a ciência do futuro; como as modificações geradas pelo aparecimento da contracepção hormonal e as fecundações in vitro nos parecerão anódinas comparadas com as que sairão da regulação da ectogénese (ou útero artificial), da clonagem reprodutiva, dos enxertos e da partenogénese. Atlan assegura, que actualmente, as intenções terapêuticas justificam o financiamento destas investigações: os grandes prematuros ou fetos oriundos de abortos espontâneos e não desejados por transferência num útero artificial. Mas, previne Henri Atlan, quando estas técnicas estiverem reguladas, procuras extramedicais se adicionarão aos tratamentos terapêuticos. As mulheres poderão, e algumas quererão, dissociar procriação e gravidez. Ser mãe sem gravidez estará ao alcance da mão, tal como hoje o é a expansão da sexualidade sem crianças. Estas modificações gerarão consequências sociais, culturais, económicas, políticas, religiosas e até metafísicas pouco previsíveis para o conjunto da sociedade. Os sexos ficarão por fim em igualdade face à procriação, novas estruturas familiares mais genéticas e sociais que biológicas surgirão, o sentimento maternal modificar-se-á.