O livro “Véi, aqui o papo é reto: o Circuito RAP do Distrito Federal”, permite-nos adentrar no movimento RAP (Rhythm and Poetry) do Distrito Federal, a partir de seu circuito produtivo fonográfico. Se caracteriza pela dinamização da produção do espaço geográfico e de suas territorialidades nas áreas periféricas da metrópole federal, Brasília. Apresenta-se como uma forma-conteúdo de narrativas, diálogos, memórias e resistência da juventude negra na cultura Hip Hop desde o final dos anos 1980 até o momento presente no Distrito Federal. Dessa maneira, debate as transformações culturais no circuito fonográfico hegemônico, decorrentes das novas tecnologias de informação e comunicação. Da mesma forma, integra a discussão sobre o acesso aos sistemas técnicos para a produção fonográfica independente e sua manifestação no mercado local, cuja força encontra-se na apropriação desses sistemas mediados por um conjunto de densidades operacionais. A ótica sobre o quadro atual que reúne as produções do RAP aproxima as extensões espaço-temporais – do global ao local – pautada na circulação dos produtos musicais. Esses produtos (materiais e imateriais) são portadores de técnicas, normas e intencionalidades que se distinguem conforme a força dos agentes.