Este livro recupera uma narrativa verídica escrita entre 1603-1604. Trata-se de nova versão do relato de viagem renascentista. Amplia, reconta e detalha fatos. Em nenhum momento, entretanto, altera a sucessão de acontecimentos do relato original ou exclui as nem sempre compreensíveis digressões "científicas" sobre fenômenos naturais ainda misteriosos na época. O texto acrescido limita-se a complementar o original corrigindo nomes, datas e números, esclarecendo eventos históricos mencionados ou subentendidos, reordenando passagens fora de contexto e recriando procedimentos apenas aludidos ou enunciados pelo autor no jargão dos navegadores da Era dos Descobrimentos. Essa imitação contemporânea expande detalhes e cenários com a única intenção de transformar em "literatura de aventura" um depoimento registrado há quase 400 anos por um navegador sem qualquer outra experiência literária. Richard Hawkins é um aventureiro que escreveu um livro de memórias, provavelmente com o auxílio de um ou mais "escritores fantasmas". Esta versão, vencedora do Prêmio Açorianos de 2002, é como se o pirata tivesse contratado os serviços de mais um profissional da escrita.