VIDA DE SÃO MAURO

Entre todos os santuários veneráveis que se encontram na antiga província do Anjou, há poucos tão célebres nos registros como o de Glanfeuil ou de Saint-Maur-sur-Loire. Santificado pela vida inteiramente celeste e pela morte bem-aventurada do discípulo querido de São Bento, esse lugar foi para toda França, o berço da grande Ordem Beneditina.
É aí que foi levada, desde a sua origem, por assim dizer, essa Regra incomparável que formou tantos grandes homens, cujos nomes ressoam a cada instante na história do nosso país.
Foi daí que saiu essa santa e sábia organização da vida monástica, à qual cada uma das nossas províncias deve o nascimento e a prosperidade de tantas grandes abadias, que foram durante séculos os lares da civilização cristã, e que ilustram todas as partes da antiga Gália pelo brilho durável da ciência e das virtudes.
Os filhos de São Bento, através de São Mauro, lutaram contra a barbárie franca sob o reino da primeira raça dos reis franceses; sob a segunda, eles ensinaram as letras sagradas e profanas a um povo do qual eles tinham ajudado maravilhosamente a civilização; sob a terceira, e até os nossos últimos tempos, onde a Ordem monástica, escravizada pela commende e dizimada pela violência de uma política perversa, expirava no meio das mais penosas angústias, eles foram a providência dos povos pelo uso da caridade das suas grandes propriedades e a honra da ciência por seus imensos trabalhos sobre a antiguidade eclesiástica e sobre a história francesa.
A vida de São Mauro foi escrita pelo bem-aventurado Fausto, um de seus companheiros. É desse documento tão respeitado que tomaremos a maioria dos detalhes que vão seguir.
A autenticidade da obra de Fausto foi solidamente definida pelo sábio beneditino dom Ruinart, na sua dissertação sobre a missão de São Mauro na França, impressa no fim do primeiro tomo da edição italiana dos Annales Ordinis S. Benedicti, de Mabillon.
São Mauro, cuja excelência das virtudes, mais do que o fato de ter sido o primeiro discípulo de São Bento, fez chamar o primeiro discípulo de São Bento, nasceu em Roma, de uma família senatorial, no ano 512.
Escolhido por Deus para ser um dos mais ilustres propagadores da Ordem monástica, não tardou a ver despertar sobre si os desígnios do céu e quando tinha apenas doze anos, seus pais resolveram consagrá-lo ao Senhor.
Foi responsável por levar a Regra de São Bento para a França.