Publicado pela primeira vez em 1919, o romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá começa a ser escrito logo no início da breve trajetória literária de Lima Barreto, o que se pode constatar pela leitura do Diário íntimo, em que há várias referências ao livro já no ano de 1906, indicando que a obra estava em adiantado processo de elaboração. Aponta para isso também a correspondência de Lima Barreto, particularmente uma carta a Gonzaga Duque, datada de 7 de fevereiro de 1909, em que o romancista se refere ao Gonzaga de Sá como se o livro já estivesse pronto para publicação quando decide publicar o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha. Trata-se de um dos livros menos conhecidos de Lima Barreto, e consequentemente pouco lido e estudado, apesar de ser um dos romances mais interessantes da literatura brasileira do início do século XX, haja vista o caráter inovador de sua narrativa, que rompe com os padrões convencionais do realismo do século XIX, ainda dominantes na prosa brasileira do período, inclusive nos livros anteriores do próprio Lima Barreto. (Manoel Freire Rodrigues, na Apresentação)
Autor: Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) foi um jornalista e escritor brasileiro. Publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX. Dentre seus livros, destacam-se Recordações do escrivão Isaías Caminha, Triste fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos.