A violência não é problema exclusivo de áreas desfavorecidas, embora essas regiões apresentem um maior risco de ocorrência. O problema é o ambiente criado pelos protagonistas. Existem os que construíram vínculos interno e externamente e os que deixaram deteriorarem-se as relações entre as personagens da escola, ou dela com a vizinhança. As instituições que funcionam como centros de formação contínua oferecem o seu espaço à comunidade e promovem eventos populares, demonstrando mais facilidade para afastar os conflitos de seu quotidiano. O observatório Europeu de Violência nos Escolas foi criado, pela autora, com a finalidade de analisar as causas de um problema que incomoda professores de diversos nacionalidades e para o qual não existe umasolução fácil. Visando compreender melhor a origem dos conflitos e as intervenções que caibam no ambiente escolar, esta instituição reuniu sociólogos, antropólogos, psicólogos e criminologistas. Para a sua tese de doutoramento, Catherine Blaya entrevistou mais de cinco mil estudantes e educadores ingleses e franceses. Os resultados da investigação mostram que os centros de ensino britânicos apresentam mais segurança. Aqueles com menor incidência de atitudes agressivas e ambiente livre de riscossão os que adoptam uma concepção mais ampla do papel do professor, promovem a união do corpo docente e mantêm bons contactos com a comunidade. «Em diversos países, as escolas com clima de trabalho positivo apresentam essas características, afirmo. Nesta obra, a autora apresenta os conceitos e modelos que fortalecem a análise actual, abrindo a discussão sobre outros utensílios. Analisa as políticas públicas, mas também as respostas a nível local no que respeito à prevenção e à intervenção. Destinado a professores, trabalhadores sociais e estudantes de educação ajudo-os a escapar aos estereótipos e às soluções ingénuas que armadilham, muito frequentemente, a acção.