Clássico sobre o tema da violência, incorpora um componente normalmente abstraído pelos analistas: a discriminação racial. O estudo, que tem como pressuposto que o Brasil está longe de ser uma democracia racial, exibe o abismo entre os ideais igualitários declarados formalmente e a prática discriminatória de 'imposição' da ordem. Postula-se no texto que, isolado esse componente da admitida discriminação 'social', verifica-se que as formas concebidas para enfrentar a violência apresentam conotação racista. Para o autor, se essa era uma realidade negada há 18 anos - época da primeira edição -, convive-se hoje com um racismo explícito, em função, lhe parece, das reações conservadoras às demandas por cidadania e igualdade - caso da política de cotas - e da exacerbação da criminalidade violenta. A obra é uma importante contribuição não só para estudiosos das questões racial e de violência, mas também para formuladores de políticas públicas destinadas à melhoria da qualidade de vida da população, em particular às relacionadas com a violência e à segurança pública, e aos setores da sociedade civil interessados no controle da violência, participando de esforços do poder público e/ou desenvolvendo mecanismos de controle civil dos órgãos da justiça e da segurança pública.