Vírgula, pontuação indispensável à coerência de qualquer mensagem escrita, ora se mostra como obediente à norma gramatical, e assim se apresenta como sinal gráfico; ora como elemento que fornece um sentido criativo, no vasto campo da estilística, como produto artístico, que tanto embeleza o discurso gráfico indicando pausa técnica na oratória.
Na produção textual, encontraremos lógica argumentativa invariável, enquanto, na oração, a vírgula se revelar como sinal gráfico, sujeitando-se às imposições convencionadas pela norma culta. Por outro lado, na escrita artística, é ela a regente maior, que se revela com total independência a conduzir o seu leitor por caminhos conotativos apartados da literalidade. Mas, nem por isso, pode o produtor da arte dispensar o conhecimento gramatical sob pena de ele se perder por estradas desconhecidas que podem conduzir à incongruência daquilo que pretende transmitir.
Há, entretanto, a questão opcional para inserção dessa pontuação. Em certos casos, apartados das figuras de linguagem, o produtor da mensagem escrita aporá a vírgula, ou não a colocará, de acordo com aquilo que quer dizer. Nessa hipótese, a regra gramatical indicará quando ela se faz obrigatória e quando será proibida. Assim, teremos, por exemplo, a oração coordenada sindética explicativa, onde a vírgula será colocada antes da conjunção que a inicia, e quando ela for proibida em se tratando de oração subordinada adverbial causal.