Este livro debruça-se sobre a relevância, a natureza e a emergência da virtude política pessoal. Primeiro, analisa a relevância da pessoa do político e as qualidades dos governantes, enfrentando os adversários presumíveis dessa importância: a regência impessoal da lei, a preponderância da forma do regime, a prioridade do poder legal e formal sobre o poder pessoal, a suficiência dos mecanismos institucionais, o império da necessidade, a substituição do conceito de virtude pelo de interesse próprio utilitário e o advento da «ciência política». Depois, debruça-se sobre a natureza e conteúdo da virtude política. Detém-se na peculiaridade e eventual carácter de exceção face à do homem comum; no carácter eminentemente prudencial da profissão política, frente às pretensões filosóficas, científicas ou técnicas; na centralidade da coragem política, em articulação com a questão do género (masculino ou feminino) dessa qualidade; e, por último, na problemática do carisma e da grandeza política.Trata-se de matéria vasta e suscetível de múltiplas aproximações; o autor circunscreveu-a a partir da obra de Harvey Mansfield (por razões que veremos mais à frente), filósofo político contemporâneo que dedicou ao príncipe parte significativa da sua reflexão política, na academia e no espaço público