DEPOIS QUE ELE(A) MORREU A frase “depois que ele ou ela morreu” é um padrão nas narrativas que ouvimos em dezenas de depoimentos assinalados na produção deste livro. É isso. Viuvez é uma ruptura desconcertante. Muda tudo. Zera tudo. As histórias são sempre contadas em “antes” e “depois” da morte do cônjuge. O sentido da vida das viúvas (ressignificação), na grande maioria dos casos, cabe na frase: “cuidar dos netos”. Uma, somente uma, falou: “dos netos e do jardim”. E depois acrescentou: “eu amo flores, mas elas não me amam”. Triste! Será assim, porque é assim? Já os homens viúvos se resolvem de maneira mais rápida (até demais) e parte deles verbalizaram como sorrisos largos: “encontrei outra viúva para cuidar de mim”. Sim, as viúvas cuidam. E quem cuida delas? O que significa essa tal felicidade na viuvez? Com quem conversar sobre isso? E o luto? E a velhice? E a morte? E Deus? São tantas perguntas. Este livro aponta três saídas deste atoleiro: fuga, conformismo, enfrentamento. Para fugir as opções são muitas. O conformismo é a saída mais fácil (e detestável). Já o enfrentamento, bem... esperamos descortinar horizontes e impulsionar os envolvidos a dar o primeiro passo. “Levanta-te e anda”. Afinal, tudo na vida tem um começo em algum lugar.