Em Xadrez, aparecem mais as relações familiares que se equilibram com os arroubos ficcionais – é bom que se diga – ciumentos e fervores de paixão, mas sem pieguice, como alerta a professora e escritora Maria Esther Maciel, na quarta capa. Dividido em três partes – peças, tabuleiro e jogadas –, a obra busca um diálogo com questões humanas, em linguagem coloquial e simples, valorizando o ritmo e a rima como peças de encaixe no jogo poético. A compreensão aparentemente fácil dos poemas é um elemento para a aproximação do leitor, que pode se identificar com as questões expressas, sem perder a experiência literária que define e justifica o livro. Xadrez é feito do mesmo barro que os livros antecessores, certamente sob a influência da poesia de Paulo Leminski e mesmo Carlos Drummond de Andrade, mas traz mudanças na voz de alguns textos, menos brincalhões e mais contemplativos. Por outro lado, o erotismo tangencia alguns poemas, mostrando a versatilidade de sua escrita, um traço que a acompanha há muitos anos e que recentemente foi alvo da imprensa sensacionalista Ana Elisa Ribeiro, aos 40 anos, é autora também de livros de crônica e conto, além de figurar em revistas literárias e antologias no Brasil, no México, em Portugal e na França.